Necrografia

Foto: Cami-sama, 2023.
T. Angel (Ela/Elu)
1982, Osasco, São Paulo


É uma pessoa trans não-binárie, artista, ativista 
e profissional da educação no Estado de São Paulo (PEB II). Em 2020 passou a atuar como Professora Coordenadora Pedagógica de sua Unidade Escolar, localizada na periferia de Osasco. 
 
Tem formação técnica em Estilismo e Coordenação de Moda pelo Senac (2002) e cursou durante um ano o superior em Moda (2005-06) pela FMU - Faculdades Metropolitanas Unidasposteriormente estacionando o curso (por não ter condições financeiras em manter) e migrando para a graduação em História. 

Durante o curso em História (bacharelado e licenciatura) pelo Centro Universitário FIEO (2008-2012), desenvolveu diversas pesquisas envolvendo a população LGBTQIAP+. Em paralelo realizou a iniciação científica A modificação corporal no Brasil –1980-1990, que em 2015, após campanha e financiamento coletivo, foi publicada como livro pela Editora CRV. Em 2023, houve a publicação da 2ª edição da obra. 

Realizou uma pós-graduação em Educação Inclusiva pela FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas (2018-19). Cursou o Master of Business Administration - MBA em Gestão Escolar pela Universidade de São Paulo - USP (2020-21). 

Em 2021 entrou no programa de mestrado da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo - FEUSP. Sua área de concentração é Educação e ciências sociais: desigualdades e diferenças com a orientação da Prof. Dra. Anete Abramowicz. Bolsista (2021-22) no projeto de extensão Corpas trans e travestis na Universidade de São Paulo

Integrou o staff do site argentino Piel Magazine (2008-11) como correspondente internacional e criou o FRRRKguys.com.br (2006-presente), plataforma eletrônica que aborda a reflexão da arte corporal, a cultura da modificação corporal e variados usos do corpo na contemporaneidade.
Através desse trabalho também criou um ambiente de constante diálogo e reflexão, aproximando pessoas de diferentes espaços geográficos para pensarem sobre os processos que rondam o corpo, reconhecendo nessa ação, uma política de resistência e de reinventar existências. Fundou e atua com a coordenação do GESMC – Grupo de Estudos Sobre Modificações Corporais (2014) e é co-idealizadora do Grupo de Estudos de Piercing - GEP (2016). Nos últimos anos também vem produzindo materiais no campo do audiovisual relacionado aos diferentes usos do corpo, destaca-se a websérie Sauntering (2016-20).

Desde 2010 vem realizando estudos e pesquisa no campo da dança. Realizou workshops com importantes artistas, tais quais: Ismael Ivo, Wellington Duarte, Claudia Müller, Cia. Borelli de Dança, Andreia Yonashiro, Robson Ferraz, Adriana Grechi, Marcelo Gabriel, Taoufiq Izzadiou, Henrique Amoedo (Grupo Dançando com a Diferença), Clara Andermatt, Gabriela Martin (
Fundación Psico Ballet Maite León)  e Marco Paiva (Crinabel Teatro). Ainda, integrou o Programa de Dança Vocacional (2011) e passou na seleção para a 4º  e 6ª edições dos “Exercícios Compartilhados” (2013-14 e 2016-17). Em 2014 passou também por uma série de oficinas de Danceability com o Núcleo Dança Aberta, Marina Gubbay, Carla Vendramin e Mara Castro.

Participou em 2011-12 do curso de Experimentos em Performance (ECA-USP | IA-UNESP) e do Desvio Coletivo, com os Professores Doutores Marcos Bulhões (USP), Marcelo Denny (USP), Carminda André (UNESP) e José Ramirez (UNESP). 

Desde 2005 está trabalhando com a performance art, realizando ações em diversos festivais brasileiros, a exemplo o Festival de Apartamento (SP), Virada Cultural (SP), Hurt Fest (MG), Convergência (TO), entre outros. Em 2014 recebeu convite para participar do Encontro com a Diferença em Portugal. Em 2017 recebeu novo convite para participar do 3º Encontro Internacional de Arte e Acessibilidade (ENCLUDANÇA) na Ilha da Madeira, Portugal. Em 2023 foi uma das artistas convidadas para integrar a exposição Tornar-se ORLAN no Sesc Avenida Paulista, levando o seu trabalho Ayer de 2012, a ação coletiva inédita Manifesto Freak: canto das aberrações e oferecendo a aula Manifesto Freak e outras conversas sobre o corpo modificado ao educativo atuante na exposição. 

Na educação pública tem buscado trabalhar fortemente com a questão dos direitos humanos e da natureza. Em 2018 criou o Coletivo ERER+ - formado principalmente por estudantes - e iniciou uma série de trabalhos com a comunidade escolar de que faz parte. Em 2019 esteve entre os 19 projetos educativos que promovem a cultura de Paz e Liberdade nas Escolas, recebendo homenagem na “Audiência Pública: Boas práticas para a Escola de Paz e Liberdade” organizada pela Codeputada estadual Paula Aparecida da Bancada Ativista. A cerimônia aconteceu na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo - ALESP. 

Paralelamente vem se dedicando ao ativismo pelos direitos dos animais e militando em favor da população LGBTQIAP+. Acredita no biohacktivismo e através disso tem explorado o campo da body art nas últimas décadas. O seu trabalho de performance tem investigado e questionado as identidades de gênero, sexualidades e inclusive os seus próprios limites psicofísicos.

Nos últimos anos, misturando essas diferentes frentes de atuação - como uma híbrida, um borrão e uma monstra - tem colaborando com artigos para revistas nacionais e internacionais, assim como programas televisivos, websites, trabalhos acadêmicos e, ainda, palestrando e realizando aulas em diferentes espaços, levando adiante e marcando o território do que ela chama de Pedagogia do Esquisito ou a Pedagogia das Aberrações

No âmbito da pesquisa interessa-se pelos seguintes temas: corpo, arte, cultura, sexualidade e gênero.
 

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